14/03/2008

Dicas Espertas

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel



O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.

Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.

Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.

O que fazer? Tenho algumas idéias.

Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre CD de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.

Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.

Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo. Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:


  • Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
  • A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?
  • Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
  • Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.

Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.

Só haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.
Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

O cara manda muito bem! Talvez seja por isso que já tentaram até apedrejá-lo. Sabedoria irrita a ignorância. E sobre os conselhos aí em cima, alguns já estão sendo seguidos, pelo menos por mim. Vamos ver quando é que vão dar resultado.

01/03/2008

Aproximação

"Quando juntarmos você comigo...
Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho
E o tempo será
A hora que eu quiser!!! Oras!!!

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?"

(Tudo numa coisa só - Fernando Anitelli)


A distância se tornou minha inimiga e me chamou pra briga. E agora minha vida, no falar, agir e escrever é pra dar uma lição nela. Não falo da distância espacial, física; da "lonjura" entre você e eu, meu corpo e o teu. É da distância entre idéias, verdades, certezas e corações, distância entre coisas que são tão parecidas, coisas que se completam umas nas outras, e que se confundiram e se afastaram.
Mentira, engano e medo fizeram coisas parecerem o que não são, ou coisas serem o que não parecem, e assim confusos nos afastamos.
Já me disseram que jovens não podem dançar, crianças não tem nada a ensinar e os velhinhos não podem sorrir. Grandes besteiras!
Não fui sempre assim, mas agora já vejo coisas que antes tão distantes ficam tão lindas juntas, aprendi com o tempo e com pessoas especiais a ter sensibilidade e ver beleza em combinações exóticas. Preciso passar adiante, tentar mostrar as pessoas como elas têm sido enganadas, e afastadas daquilo que realmente importa pra elas.
Palmeirenses junto com corintianos, juventude agindo na política, riqueza diminuindo a pobreza, amarelos casando com brancos casando com negros, igrejas abraçando o mundo (sem medo de se perder), fé vivendo obras, maçã com mostarda (já experimentou!?).
Aquilo que antes era tão diferente, distinto, distante, passa a morar ao lado quando a gente percebe que não é dono da verdade, que não sabe de tudo, que tem coração.
A humanidade confundiu singularidade com individualidade, e irmãos passaram a se matar ao invés de se amarem. Todos somos diferentes, e existe grande beleza nisso. O legal é poder admirar o outro, aprender com ele, sem deixar de acreditar no que
acho certo sem esquecer minha fé. Assim é que pontes se ligam entre as pessoas, só assim é que eu posso fazer diferença e não através da idiota ignorante imposição inquisição.
Mas muitos "dos meus" preferem a velha distância, não perceberam ainda que foi pra isso que um dia foram libertos, que se toranaram livres pra poderem permitir aproximação, pra juntar aquilo que ninguém acha que pode viver junto.