20/02/2008

Memórias Póstumas

Sempre que começo ler, não importa se livro, artigo, música ou piada, logo me pergunto se até o último ponto final algo de bom conseguirei adquirir. Esse texto que agora escrevo talvez fosse um daqueles dos quais infelizmente nada seria aproveitado, se não tivesse sido escrito por mim mesmo.
Trata-se de uma pequena confissão, algo meio pessoal e simples. Uma explicação já muito utilizada para essa minha nova prática.
Quero contar sobre uma das razões que me motivou a começar escrever, ou tentar escrever, já que a princípio não tenho grande habilidade com as palavras. Amo ler, e posso afirmar que os livros fazem parte da minha vida. Ultimamente tenho desenvolvido de maneira satisfatória o hábito da leitura, o que não é acompanhado pela capacidade de escrever bem, o que me deixa decepcionado. Além da ausência desse talento, ainda por cima não possuo conhecimentos aprofundados em nenhum assunto que me permitisse pelo menos ter conteúdo para escrever. Não sou teólogo, nem professor, nem poeta, nem publicitário muito menos um daqueles palestrantes globalizados que parecem sempre ter uma novidade pra contar. Mas ainda assim insisto em criar esse blog.
Antes me preocupava muito em viver uma vida de forma que pudesse ser lembrado quando morresse. Não queria ser mais um a nascer e passar a vida sem muito significado. Essa questão hoje já é esclarecida pra mim, não me interessa muito aquilo que deixarei ou o que pensarão de mim quando "bater as botas". Descubri um significado pra vida que é maior do que qualquer lembrança ou glória que eu possa ganhar, mas agora não escrevo pra falar exatamente sobre isso.
Eu desejo mesmo, é não deixar que as minhas ideías morram. Não que sejam grandes idéias, dignas de serem lembradas. Mas como sou fraco pra lutar por colocá-las em práticas, decidi escrevê-las, esperando que com isso elas possam através de outros alcançarem algum significado. A gente luta com o que pode, e minha arma por enquanto é esse simples endereço na net.
Tantas vezes sinto uma grande tristeza pelos problemas que acontecem no mundo todo, e vejo como sou pequeno e minha opinião e vontade passam indiferentes quando tento fazer diferença. Mas vou insistir na minha rebeldia e insatisfação.
Sou daqueles que acreditam "naquelas besteiras" de que o mundo tem jeito se cada um fizer sua parte. Aquela idéia do filme "Corrente do Bem" de mobilizar pessoas próximas e aos poucos tudo mudar. Grande estúpido!
Espero não morrer logo, mas quando isso acontecer, pelo menos alguns saberão do mané que fui e de alguns sonhos impossíveis e ideais doidos que passarem por minha cabeça e ficaram no coração.

Um comentário:

Rita disse...

Ta escrevendo bem, conseguindo se expressa. Parabéns.