15/12/2008

Natal na Várzea (II)

Uma Noite de Paz

Você já esqueceu do aniversário de quem você ama?
Já esqueceu o nome de alguém que te ama?
Mas chega o fim do ano e é tudo igual,
Eu acho que vocês acham que eu sou débil-mental!
São mais de 300 dias debaixo da opressão
Medo da guerra, da bala perdida, medo do medo da solidão,
Eu vejo os shoppings lotados, ruas lotadas,
Avenidas decoradas por corações vazios...

Feliz Natal! Pra criança deixada na rua...
Noite Feliz! Praquele que não tem o que comer!
Feliz Natal! Pro pai desempregado...
Noite sem paz! Praquele que a morte veio ver!
Uma noite de paz! Uma noite...

Estava desconfortável, escuro e frio...
O cheiro dos animais invadia o curral
Onde a virgem Maria trouxe ao mundo
O Príncipe da Paz, o único capaz
De transformar o caos em harmonia,
A tempestade em calmaria,
Corações sujos como aquela estrebaria
Em um lindo shopping center decorado pro Natal...

Feliz Natal! O natal que muita gente esqueceu!
Noite Feliz! Pra quem ainda não veio pra festa!
Feliz Natal! O mundo é quem ganhou o presente!
Noite sem paz!
Pra quem esqueceu daquele que nunca te esqueceu!

Feliz Natal! Deixe-o nascer em seu coração!
Noite Feliz! O passado fica pra trás!
Feliz Natal! Você é o presente de Deus!
Noite de paz! A morte morreu de medo ao ver Jesus nascer!
Uma noite de paz! Muito mais que uma noite de paz!








(fruto sagrado - uma noite de paz)

Natal na Várzea (I)

.







(i hate christmas party - relient k)
tradução: http://letras.terra.com.br/relient-k/1047252/

18/10/2008

Eu também quero uma namorada!

Cada vez está acontecendo mais cedo entre os jovens, já chegou na fase da adolescência: O dia do acerto de contas com Deus!

Vai haver um dia, ou todos os dias, que você do nada sente falta de alguém que não conheceu, sente falta de uma namorada, ou no caso das meninas um namorado, sente falta de estar com alguém. Você olha para sua vida vê que tem até certo ponto se cuidado, está levando a vida a sério e até já ora pelo assunto namoro e casamento, e nada, nada de Deus te dar um namoro.

Ai, pela graça de Deus, você chega na presença Dele e fala: Pai tenho feito tudo para te servir, eu mereço estar namorando! Por que Você está fazendo isso comigo?
Para responder este questionamento, peço licença para usar uma experiência na minha vida onde fiz esta exigência para Deus e ele me respondeu de uma forma que jamais esquecerei.

Já tinha me formado do seminário e estava no ministério, com um namoro com mais de três anos nas costas, com planos de casar e tal. Foi quando nesses furacões da vida acabou tudo, sem chance de voltar.

Estava arrasado, muito mal mesmo, estava vendo-a se dando bem com outro cara e eu aqui sem nada, foi quando decidi ir conversar com um dos meus mentores, afinal de conta pastor é pra isso, não é?

Cheguei para esse mentor e amigo de ministério para me abrir com ele. Estava contando sobre minha vida e como tinha me dedicado nos últimos anos para Deus, colocando Ele em primeiro lugar na minha vida, fazendo tudo o que é certo, e como minha vida tinha caído por terra naqueles últimos meses por causa daquele fim de namoro. Entramos na madrugada naquela noite, e ele foi ouvindo todo o meu desabafo e tudo que eu precisava falar. Foi quando estávamos chegando no fim daquele aconselhamento e já estava esperando as famosas palavras que os pastores costumam dizer nesta hora. Você sabe quais são né? Não se preocupe meu jovem, Deus tem reservado alguém especial para você!

Mas aquele meu mentor, não era igual a maioria dos pastores. Como eu gostaria naquela hora que ele fosse igual e me dissesse estas palavras mágicas, mas ele não era. Ele virou para o meu lado, olhou nos meus olhos e perguntou: Você já entregou sua vida por completa a Jesus Cristo?

Não entendi o porque ele estava perguntando aquilo aquela hora, será que ele não tinha ouvido tudo que eu tinha falado até então, de todo o meu ministério e o tanto que estava dedicando minha vida ao Senhor? Mas ele me explicou. Marcos, tenho ouvido você falar o tanto que você esta fazendo para Deus, mas a única coisa que ele te pede é que você entregue a sua vida toda para ele. Você já entregou o seu direito de se casar para Deus.

Eu respondi depressa e com ironia: você me conhece, se Ele fosse pedir isso não me faria tão hetero como sou. Rimos um pouco e ele me explicou, se alguém que já se deparou com Cristo na cruz ainda achar que tem algum direito a exigir dele, não se converteu, não entregou a sua vida na cruz de Cristo.

A paulada foi tão grande que eu não dormi naquela noite, pois descobri que era o filho mais velho da parábola do filho prodigo, fazia tudo para Deus para ganhar as bênçãos que achava que tinha direito.

Se aquele amigo tivesse falado as palavras mágicas dos pastores eu teria ido dormir bem naquela noite, e acordaria com o coração bem confortado longe de Deus.
Hoje entendo um pouco sobre os planos de Deus e creio que ele faz coisas maravilhosas para os que os amam. Mas sei que se Deus der o que merecemos por direito, Deus nos daria a cruz e a morte! Graças a Jesus que não ganho o que eu mereço, e sim o que não mereço: a salvação.

Por isso, quando chegar o dia do acerto de contas com Deus sobre o seu namoro que não chega, não vem me procurar para se aconselhar, procura aqueles pastores que vão falar: Não se preocupe, Deus tem preparado alguém especial para você! Porque, a final de contas, na maioria das vezes Deus tem mesmo, não é?


27/09/2008

Eii... "Onde você mora?" ♫

"Amor igual ao teu
Eu nunca mais terei

Amor que eu nunca vi igual
Que eu nunca mais verei
Amor que não se pede
Amor que não se mede
Que não se repete

Cê vai chegar em casa
Eu quero abrir a porta
Aonde você mora?
Aonde você foi morar?
Aonde foi?

Não quero estar de fora
Aonde esta você?
Eu tive que ir embora
Mesmo querendo ficar
Agora eu sei

Eu sei que eu fui embora
Agora eu quero você
De volta pra mim

Amor igual ao teu
Eu nunca mais terei
Amor que eu nunca vi igual
Que eu nunca mais verei... " ♪

(onde você mora-cidade negra)


.

26/09/2008

EspantO.oS



neste mundo de tantos espantos,

cheio das mágicas de Deus,

o que existe de mais sobrenatural

são os ateus...


Mário Quintana



.


05/04/2008

Assaltado

As raras postagens sumiram de vez.
A diversão, os momentos de cultura, a beleza, a inspiração e o tempo... me tiraram tudo.

Por que esquentar tanto a cabeça, fazer o que realmente não dá prazer, o que cansa, o que mata a alma?
Assim vivem muitos e todos e eu. Sempre achando que estão no caminho certo, sofrendo, e no fim correndo atrás do vento. No fim o máximo que se ganha não passa de uma conta bancária que não compra aquilo que realmente tem valor o tempo que agora se desperdiça.

Não quero me perder, me desgastar, diminuir ...
Esperança de que valha a pena. Certeza de que o esforço é inútil.

Um dia de aula, um turno de trabalho. E aquilo que tem signficado é deixado de lado, pra trás, nunca é prioritário. Quero crescer, me apaixonar, amar mas sem que me enxerguem como um simples vagabundo que não sou. E no fim essa preocupação com os olhos em redor me tira o que o coração no interior realmente precisava.

14/03/2008

Dicas Espertas

Conselhos para sobreviver ao mundo gospel



O mundo gospel se torna cada dia mais patético; distante do protestantismo; em rota de colisão com o cristianismo apostólico; transformado numa gozação perigosa; adoecendo e enlouquecendo milhares que são moídos numa engrenagem que condena a um duplo inferno.

Não consigo responder a todas as mensagens que entopem minha caixa postal. Milhares pedem socorro. Eu precisaria ter uma equipe de especialistas, todos me ajudando a atender os que me perguntam: “ a maldição do pastor vai pegar mesmo?”; “é preciso aceitar as patadas que recebo do púlpito?”; “em nome da evangelização, devo aturar esses sermões ralos?”.

Realmente não dá mais. A grande mídia propaga o que há de pior entre os evangélicos com petição de dinheiro, venda de “Bíblias fantásticas”, milagres no atacado e simplismos hermenêuticos. As bobagens alcançaram níveis intoleráveis.

O que fazer? Tenho algumas idéias.

Aconselho que os crentes parem de consumir produtos evangélicos por um tempo. Não compre CD de música ou de pregação - inclusive os meus. Deixe os livros evangélicos encalharem nas prateleiras - idem, para os meus. Depois que baixar a poeira do prejuízo, ficará notória a diferença entre os que fazem missão e os que só negociam.

Não vá a congressos - inclusive o que eu promovo. Passe ao largo dos "louvorzões". Não sintonize o rádio. Boicote todos os programas na televisão. Não comente, nem critique, a pregação de pastores, bispos, evangelistas e apóstolos. Afaste-se! Silencie! Desintoxique mente, alma e espírito da linguagem, pressupostos e lógicas da "teologia da prosperidade". Volte a ler a Bíblia sem nenhum comentário de rodapé. Alimente seu interior em pequenos grupos. Reúna-se com gente de bom senso.

Estanque seus dízimos e ofertas imediatamente. Repense com absoluta isenção onde vai dar dinheiro. Mas prepare-se; no instante em que diminuírem as entradas, os lobos vestidos de pastor subirão o tom das intimidações. Não tenha medo. Faça essa simples auditoria antes de investir o seu suor em qualquer igreja ou ministério:


  • Quanto tempo é gasto no culto para pedir dinheiro?
  • A hora do ofertório vem acompanhada de uma linguagem com “maldição, gafanhoto ou licença legal para ataques do diabo”?
  • Prometem-se “prosperidade, colheita abundante, bênção, riqueza”, para os que forem fiéis?
  • Existe alguma suspeita na administração dos recursos arrecadados? – Lembre-se que há dois níveis de integridade: o ético e o contábil. Não basta manter os livros em ordem; o dinheiro também só pode ser gasto no que foi arrecadado.

Se a resposta para alguma dessas perguntas for sim, ninguém deve se sentir culpado quando não der oferta.

Só haverá arrependimento no dia em que os auditórios se esvaziarem junto com uma crise financeira - o monumental ufanismo evangélico precisa deflacionar.
Concordo, ninguém agüenta o jeito como as coisas estão.

Soli Deo Gloria.

Ricardo Gondim

O cara manda muito bem! Talvez seja por isso que já tentaram até apedrejá-lo. Sabedoria irrita a ignorância. E sobre os conselhos aí em cima, alguns já estão sendo seguidos, pelo menos por mim. Vamos ver quando é que vão dar resultado.

01/03/2008

Aproximação

"Quando juntarmos você comigo...
Cordão umbilical e umbigo
A gente vai ser só um
E até lá eu não vou caminhar mais sozinho
O distante será meu vizinho
E o tempo será
A hora que eu quiser!!! Oras!!!

Tem horas que a gente se pergunta
Por que é que não se junta tudo numa coisa só?"

(Tudo numa coisa só - Fernando Anitelli)


A distância se tornou minha inimiga e me chamou pra briga. E agora minha vida, no falar, agir e escrever é pra dar uma lição nela. Não falo da distância espacial, física; da "lonjura" entre você e eu, meu corpo e o teu. É da distância entre idéias, verdades, certezas e corações, distância entre coisas que são tão parecidas, coisas que se completam umas nas outras, e que se confundiram e se afastaram.
Mentira, engano e medo fizeram coisas parecerem o que não são, ou coisas serem o que não parecem, e assim confusos nos afastamos.
Já me disseram que jovens não podem dançar, crianças não tem nada a ensinar e os velhinhos não podem sorrir. Grandes besteiras!
Não fui sempre assim, mas agora já vejo coisas que antes tão distantes ficam tão lindas juntas, aprendi com o tempo e com pessoas especiais a ter sensibilidade e ver beleza em combinações exóticas. Preciso passar adiante, tentar mostrar as pessoas como elas têm sido enganadas, e afastadas daquilo que realmente importa pra elas.
Palmeirenses junto com corintianos, juventude agindo na política, riqueza diminuindo a pobreza, amarelos casando com brancos casando com negros, igrejas abraçando o mundo (sem medo de se perder), fé vivendo obras, maçã com mostarda (já experimentou!?).
Aquilo que antes era tão diferente, distinto, distante, passa a morar ao lado quando a gente percebe que não é dono da verdade, que não sabe de tudo, que tem coração.
A humanidade confundiu singularidade com individualidade, e irmãos passaram a se matar ao invés de se amarem. Todos somos diferentes, e existe grande beleza nisso. O legal é poder admirar o outro, aprender com ele, sem deixar de acreditar no que
acho certo sem esquecer minha fé. Assim é que pontes se ligam entre as pessoas, só assim é que eu posso fazer diferença e não através da idiota ignorante imposição inquisição.
Mas muitos "dos meus" preferem a velha distância, não perceberam ainda que foi pra isso que um dia foram libertos, que se toranaram livres pra poderem permitir aproximação, pra juntar aquilo que ninguém acha que pode viver junto.

22/02/2008

Nunca vou te abandonar


Pra quem tá de fora é motivo de piada. Mas quem tá passando pela situação sente uma tristeza profunda com uma pontinha de orgulho pela fidelidade. Assim é a situação da torcida de um grande time do nosso país (nem preciso falar qual). Apesar de ser da turma verde e branca, grande rival desses que amargam a segunda divisão eu admiro a atitude que ele tem tomado. Não que seja algo surpreendente ou novo no futebol, pois até mesmo quando meu time passou pela mesma situação meu sentimento não foi diferente, mas o fato se tornou bem evidente dessa vez.
Da onde vem esse amor pelo futebol? E quando eu falo em amor não é exagero, quem sente sabe disso (mas não é meu caso).
Clubes, camisas, títulos não enchem barriga ninguém, não dão dinheiro (a não ser que você seja um empresário, cartola, ou trabalhe em um jornal esportivo), não trazem "felicidade", no máximo alguns momentos de alegria e motivos pra torrar a paciência dos colegas dos outros times na segunda-feira. Mas ainda assim arrastam multidões apaixonadas aos estádios. Isso é
o de menos, não seria (novamente) exagero citar que existem casos de pessoas que entregariam a própria vida, se isso fizesse a diferença, por consideração ao clube do coração.
O sentimento é lindo, não há como negar, mas o motivo é besta, burro. Preferimos idolatrar nossas equipes de futebol esquecendo muitas vezes de ter um mínimo de respeito por nossas famílias, amizades, estudos, empregos e até por nós mesmos.
Esses sim são merecedores de nosso sentimento, capazes de nos retribuir, trazer-nos o mínimo de recompensa em resposta ao que fazemos por eles. Mesmo o nosso país (não a seleção brasileira), tem sido deixado de lado, ninguém mais o defende com unhas e dentes, ou se orgulha de fazer parte dele.
Não abaixamos a cabeça quando somos rebaixados, encaramos de frente humilhações ferrenhas, tudo por motivos tolos. E já não conseguimos demonstrar amor a nossos pais, trabalhar com dignidade e defender as idéias em que acreditamos.


"Ora estava Pedro assentado fora no pátio; e, aproximando-se uma criada, lhe disse: Também tu estavas com Jesus, o galileu. Ele, porém, o negou diante de todos, dizendo: Não sei o que dizes."
(Mt.26:69-70)


Quantas vezes não repetimos a atitude covarde? Negando aquele que acima de qualquer coisa: pessoa, time ou reputação é capaz de nos dar algo significativo. Felicidade de verdade, satisfação, alimento que mata a fome e água que mata a sede. Pra Ele é que devemos declarar: Nunca vou te abandonar, porque você me amou primeiro.

20/02/2008

Memórias Póstumas

Sempre que começo ler, não importa se livro, artigo, música ou piada, logo me pergunto se até o último ponto final algo de bom conseguirei adquirir. Esse texto que agora escrevo talvez fosse um daqueles dos quais infelizmente nada seria aproveitado, se não tivesse sido escrito por mim mesmo.
Trata-se de uma pequena confissão, algo meio pessoal e simples. Uma explicação já muito utilizada para essa minha nova prática.
Quero contar sobre uma das razões que me motivou a começar escrever, ou tentar escrever, já que a princípio não tenho grande habilidade com as palavras. Amo ler, e posso afirmar que os livros fazem parte da minha vida. Ultimamente tenho desenvolvido de maneira satisfatória o hábito da leitura, o que não é acompanhado pela capacidade de escrever bem, o que me deixa decepcionado. Além da ausência desse talento, ainda por cima não possuo conhecimentos aprofundados em nenhum assunto que me permitisse pelo menos ter conteúdo para escrever. Não sou teólogo, nem professor, nem poeta, nem publicitário muito menos um daqueles palestrantes globalizados que parecem sempre ter uma novidade pra contar. Mas ainda assim insisto em criar esse blog.
Antes me preocupava muito em viver uma vida de forma que pudesse ser lembrado quando morresse. Não queria ser mais um a nascer e passar a vida sem muito significado. Essa questão hoje já é esclarecida pra mim, não me interessa muito aquilo que deixarei ou o que pensarão de mim quando "bater as botas". Descubri um significado pra vida que é maior do que qualquer lembrança ou glória que eu possa ganhar, mas agora não escrevo pra falar exatamente sobre isso.
Eu desejo mesmo, é não deixar que as minhas ideías morram. Não que sejam grandes idéias, dignas de serem lembradas. Mas como sou fraco pra lutar por colocá-las em práticas, decidi escrevê-las, esperando que com isso elas possam através de outros alcançarem algum significado. A gente luta com o que pode, e minha arma por enquanto é esse simples endereço na net.
Tantas vezes sinto uma grande tristeza pelos problemas que acontecem no mundo todo, e vejo como sou pequeno e minha opinião e vontade passam indiferentes quando tento fazer diferença. Mas vou insistir na minha rebeldia e insatisfação.
Sou daqueles que acreditam "naquelas besteiras" de que o mundo tem jeito se cada um fizer sua parte. Aquela idéia do filme "Corrente do Bem" de mobilizar pessoas próximas e aos poucos tudo mudar. Grande estúpido!
Espero não morrer logo, mas quando isso acontecer, pelo menos alguns saberão do mané que fui e de alguns sonhos impossíveis e ideais doidos que passarem por minha cabeça e ficaram no coração.

Ano Novo (em Fevereiro)

"De ontem em diante serei o que sou no instante agora
Onde ontem, hoje e amanhã são a mesma coisa
Sem a idéia ilusória de que o dia, a noite e a madrugada
são coisas distintas
Separadas pelo canto de um galo velho"

(De Ontem em Diante - Fernando Anitelli)

Vivemos numa época de falsidade e hipocrisia, queremos dar valor para o presente e, aproveitá-lo ao máximo, como se o hoje não fosse o antes do amanhã!
Fazemos planos, pulamos 7 ondinhas, nos vestimos de branco, soltamos fogos...tudo isso para comemorar O ANO NOVO... ahhh o ano novo...tem como prefixo o natal...e sufixo o carnaval... onde bebemos, compramos, vestimos, etc... (sem esquecer das 7 ondinhas claro, que servem para ter sorte na volta do ano novo, porque estarão todos embriagados).

Os dias de hoje não interessam mais, apenas O DIA de hoje...

Estamos em uma época onde a televisão tomou lugar dos pais, de Deus e da escola (essa que nem cumpre mais seu papel, servindo apenas para criar robôs)...
o que dizer sobre a TV?! Como pode um objeto tão pequeno (ou muitas vezes maior do que a inteligência de seu dono), ter um poder tão grande? Seja o que consome mais! Seja o que tem tudo da moda... a moda é a teve da moda! O ontem é agora, o amanhã também! Porém...o agora não acontece! Se perde em sua presse....essa, que é a única que te aquece!

Não devemos esquecer de ontem porque o momento que vivemos é resultado dessa equação...o amanhã nos interessa porque um dia ele será o momento presente...

"vivemos a ironia do ano novo, apenas mais um motivo para nos fartarmos de hipocrisia."

Por Duane (Fezes)

Nem bem passou o 31 de Dezembro e a velha rotina já voltou. O texto foi escrito quando todos ainda respirávamos o "fresco" ar de 2008 e já alertava sobre a bobalheira toda do Ano Novo que passa tão rápida como a queima de fogos na beira da praia. O autor é primo, de sangue e de idéia, com um ódio pela hipocrisia humana que me inspira, mesmo sendo ódio...

Saco cheio de rótulos

Por Sérgio Pavarini

“Os conservadores não são necessariamente estúpidos,
mas quase todos os estúpidos são conservadores.” John Stuart Mill .
O discurso dos conservadores me dá tédio. Como o próprio termo denuncia, eles dão-se por satisfeitos simplesmente em “conservar” as coisas. Desprezam e combatem os apóstolos auto-ungidos, mas também se auto-arvoram guardiões da ortodoxia.
São uma espécie de versão ambulante do Google. Você digita a palavra-chave de alguma novidade que rola por aí e eles batem o martelo: “No ano de 1254, havia um ignorante que pregava essa mesma idéia estapafúrdia. Viu como não há nada de novo debaixo do sol?”
Nesse ponto, a ala dos passistas conservadores tem razão. Se dependesse da criatividade do grupo, por exemplo a inovação artística seria reduzida a sapateados fora do ritmo. Naturalmente, a performance sempre é provocada pela ira ao ler algo “perigoso” para a igreja que o herege da hora (sem trocadilho) escreveu.
Ao contrário do que apregoa o adágio, o leite derramado lhes proporciona um indisfarçável prazer de entrar em ação. Com o advento da internet, descobriram que não estão sozinhos em seus posicionamentos intransigentes. Falam a centenas de pessoas na rede... e a centenas de cadeiras em determinados eventos e reuniões.
Seria injusto afirmar que desprezam a arte. Na verdade, exercitam sua verve criativa na “releitura” dos hinetos ou corinhos que, num ato de insuspeita generosidade, permitirão à igreja entoar. Cortam frases, trocam palavras e submetem cada linha ao crivo exegético, hermenêutico e doutrinário. Reis da logomaquia, têm maior prazer em dissertar sobre a má qualidade das composições do que em propriamente cantá-las durante as celebrações, ops, durante os cultos solenes.
Vivessem no Paraíso com Adão e Eva, e os animais permaneceriam sem nome até hoje, dado o número de concílios, simpósios, conclaves e outros nomes dados aos soporíferos encontros para discutir assuntos importantes como a quantidade de anjos que cabem na cabeça de um alfinete.
Do ponto de vista do raciocínio cartesiano, esses “alfinetadores” consideram-se “engenheiros”. Se analisarmos o declínio de certos grupos dos quais participam, talvez possam ser chamados de “coveiros”.
Os conservadores protagonizam uma estranhíssima espécie de casamento no qual o marido parece preferir levar para a cama a certidão de casamento, deixando a esposa a ver navios. Ou melhor, garfos, facas e panelas. O desvelo pela ortodoxia parece estranhamente não encontrar similaridade na devoção pelo próprio Jesus.

Do outro lado
“Raspe a tinta de um liberal e você encontrará
um fundamentalista alienado embaixo dela”
Renny Scott, citado por Brian McLaren
em Uma ortodoxia generosa.

A situação também não é muito animadora no grupo dos liberais, a despeito do clima descontraído dos convescotes dos caras. Ao contrário do que rola na facção conservadora, na qual as “cartas” parecem estar dispostas à mesa, do outro lado elas permanecem na manga e em outros esconderijos.
Acostumados a analisar tudo pela aparência, muitos incautos quebram a cara (e a fé, em vários casos), quando o objeto em questão é um liberal. A calça moderninha, o vocabulário cheio de gírias e o estilo casual transmitem a sensação de proximidade e de acolhimento. No entanto, na hora de administrar seus grupos alguns liberais arrepiam mais que seus cabelos quando livres do gel. Defendem suas idéias e propostas com a elegância de um pit bull em jejum prolongado.
Hábeis com as palavras e pseudopublicitários, são sempre receptivos às novidades. Contudo, a estratégia de eliminar filtros escancara portas para certas práticas que beiram a heresia. Sem limites nas extravagâncias, não têm problemas com certos meios se ao final forem pessoalmente beneficiados.
A fama de liberal parece desobrigar seus detentores da necessidade de aprimorar os conhecimentos. Para compensar a tibieza nesse item, exibem um ego tão inflado que mandaria qualquer pavão para o veterinário-terapeuta.
Na falta de idéias próprias, vivem despejando citações alheias, de preferência perpetradas por pensadores que fujam do lugar-comum. São capazes de mencionar a Tati Quebra-Barraco em uma prédica, digo, reflexão, só para mostrar o quanto são “antenadinhos”. Na verdade, estão mesmo é “atoladinhos” em suas idéias fixas e convicções tão consistentes quanto gelatina fora da geladeira por várias horas. Às vezes, é preciso conservar...
Julgando-se incompreendidos e flagelados pelos opositores, murmuram sem cessar as cantilenas de sempre, especialmente quando praticam seu esporte favorito, a caça aos conservadores. Liberais pós-modernos sabem que a prática esportiva faz bem muuuito bem para a saúde!

Epílogo
De longe, toda montanha é azul
De perto, toda pessoa é humana
Dom Pedro Casaldáliga


Se você chegou até aqui na peroração, por certo identificou um sem-número de exageros e extrapolações carentes de fundamentação. Exatamente o que ocorre todas as vezes que recorremos a rótulos para classificar alguém. Sem identidade, fulano passa a ser simplesmente o “fundamentalista”, enquanto sicrano é “liberal”.
O rótulo esconde completamente a pessoa e suas idéias serão analisadas de forma tendenciosa ad infinitum. Em decorrência, as barreiras erguidas são robustas e contribuem para a desintegração cada vez mais crescente de um povo que deveria ser “um só rebanho”. Haja pasto para acomodar tantas vertentes aparentemente imiscíveis...
Valorizamos tanto a homogeneidade dos tons que até o arco-íris deixou de fazer parte da simbologia cristã, bem como a bandeira da “diversidade”. Em ambos os lados do front, prepondera uma posição beligerante e inflexível. Filhos do mesmo Pai tornam-se figadais inimigos e o amor é substituído pelo desprezo e pelo ódio disfarçado.
Como lembra o bispo N. T. Wright, “compreendemos melhor alguma coisa não meramente criticando, dissecando e duvidando dela, mas também confiando, amando e respeitando-a”. E conclui: “Quando crítica e questionamento vêm no contexto do amor, elas produzem ainda mais percepções”.
O mundo não está em busca de idéias e princípios defendidos com ardor extremado. As pessoas aguardam Deus “com gula”, segundo a inspiração de Arthur Rimbaud. A simplicidade das “boas notícias” perdeu-se em meio aos embates. O saco cheio de rótulos deve ser esvaziado para que possamos voltar a sentar à mesma mesa, evidenciando a todos que o amor de Jesus suplanta quaisquer divergências de opinião.
Tenho ciência da puerilidade aparente deste discurso ao observar tantas feridas purulentas decorrentes de inúmeros confrontos. Contudo, sei o quanto Deus se agrada ao descobrir traços de pureza no coração de seus filhos. Da mesma forma que “Abraão, contra toda esperança, em esperança creu”, essa certeza me motiva a exercer meu sacerdócio espicaçante... pero sin perder la ternura jamás. Afinal, de acordo com a licença poética de Frei Betto, “o amor dura enquanto é terno”.

17/02/2008

Não abandono a Cristo nem a sua Igreja, mas ficarei extremamente aborrecido com a minha igreja se...

• Os cristãos ortodoxos demais não colocarem no mesmo nível os pecados sexuais e os pecados sociais.
• Os cristãos fundamentalistas demais aprovarem a guerra e condenarem a guerrilha.
• Os cristãos pentecostais demais não colocarem no mesmo nível de importância os dons do espírito e o fruto do espírito.
• Os cristãos ecumênicos demais chamarem de irmãos na fé aqueles que colocam Jesus no mesmo nível de Buda e Maomé.
• Os cristãos liberais demais disserem que Jesus é só Filho do homem e não Filho do homem e Filho de Deus ao mesmo tempo.
• Os cristãos reformados demais não enfatizarem tanto a eleição como a grande Comissão.
• Os cristãos espirituais demais derem um espaço muito grande para a oração e muito pequeno para a ação.
• Os cristãos hipócritas demais continuarem a limpar o exterior do corpo e não o interior primeiro e o exterior depois.
• Os cristãos esbravejadores demais falarem muito da condenação e pouco da salvação, muito do pecado e quase nada do perdão.
• Os cristãos diplomatas demais falarem muito da salvação e pouco do pecado.
• Os cristãos acadêmicos demais desprezarem o pietismo e os cristãos pietistas demais desprezarem a teologia.
• Os cristãos avivados demais promoverem avivamentos à base de louvorzões, ajuntamentos enormes, passeatas, shows gospel, milagre de cura e enriquecimento, muito barulho e sem contrição, sem confissão de pecado, sem santidade, sem Bíblia, sem paixão pelas almas, sem unidade e sem apego cada vez maior a Jesus Cristo.

Mais uma coisa: estou pronto para ir para a cadeia, se a lei brasileira me proibir de falar que a prática homossexual é contrária à lei de Deus.

Elben M. Lenz César (Revista Ultimato - jan/fev 2008)



(Quero sempre escrever textos meus aqui, mas de vez em quando vale a pena postar coisas dos outros. Ainda mais algo que represente tanto aquilo que eu penso como esse texto aí. Autor digno de respeito, revista de referência pra vida.)

16/02/2008

Conflitos

Todo mundo têm suas dúvidas. Todo dia fazemos escolhas que mostram quem somos, e no que acreditamos.Em mim existem inúmeros opostos, me fazendo parecer tantos sendo eu mesmo. Mas afinal são eles que me definem. Minha batalha interna define realmente quem sou.E antes de pensar que sou um cético, sem opinião, observe e anote seus próprios conflitos, talvez se surpreenda se for sincero.

Socialismo x Capitalismo
- Eu sei qual deles é correto. Mas não me sinto pronto pra abrir mão dos meus luxos, minhas roupas de marca, minhas viagens...

Tradicionalismo x Pentecostalismo
- Por que ainda não juntaram o que cada um tem de melhor? É ótimo agir com a razão, pensar e estudar, mas não existe vida sem emoção, não há compromisso sem coração.

Coca-Cola x Cerveja
-Na verdade não curto cerveja. Mas e se eu gostasse?

Engenharia x Missões
-Ainda tentando encontrar um jeito de fazer os dois acontecerem juntos.

Legalismo x Liberalismo
- Melhor o liberalismo sincero do que o legalismo hipócrita.

Stress x Sussego
- Dizem que a gente é quem escolhe qual desses dois quer. Mas em semana de prova, ou época de decisões, só um deles aparece.

Ateísmo x Cristianismo
- Admito, minha fé é menor que um grão de mostarda. Mas quem nunca hesitou!?

Fama x Anonimato
- Ainda não sei se o que me motiva é a glória de ser reconhecido ou a satisfação por poder fazer a diferença. Um me levará a desgraça, e outro ao sucesso.

Espera x Pressa
- Nos estudos, nas escolhas, nas atitudes e principalmente nos relacionamentos.

Nostalgia Inútil


Como jovem cristão eu grito: não aguento mais! Há tempos que sempre ouço a mesma coisa, as mesmas críticas e as mesmas respostas tímidas e sem fundamento por parte dos que tem sido atacados como eu.
O alvo da discussão são as novas formas usadas principalmente por jovens como eu para louvar a Deus durante os cultos, o que envolve direta e indiretamente tudo aquilo que conhecemos por música gospel. E a gota d´água para que eu decidisse escrever algo sobre o assunto foi o artigo "Adoração na igreja evangélica contemporanêa" com autoria do Pastor Osmar Ludovico da Silva e publicado na última edição da Revista Ultimato (jan/fev 2008). O artigo, muito bom por sinal, faz referência de como a música dentro dos cultos tem perdido o foco de ser ligação direta entre a igreja e Deus, através apenas de Jesus. Sinceramente não discordo de que a música gospel tem realmente se tornado (ou talvez sempre tenha sido) algo comercial, sem profundidade e com qualidade musical vergonhosa considerando que é feita por aqueles que são filhos legítimos do criador da música. Mas em primeiro lugar não podemos generalizar, ainda existem excessões, como sempre existiu, nem tudo é bom, mas nem tudo é ruim. Porém esse não é o caso, não venho aqui pra defender as músicas que eu tenho ouvido e cantado, porque talvez não tenha mesmo razão e argumentos para exaltar sua qualidade. Além disso não seria nada novo eu me colocar dessa maneira, já que tantos outros já assim fizeram, e não conseguiram nada com isso, jovens com as melhores das intenções mas sem conteúdo e teologia, que acabaram saindo infelizes e agravando ainda mais a rixa entre as gerações de diferentes épocas que frequentam as igrejas.
Aqui estou para na verdade atacar algo que me irrita profundamente. Como já diz o título, a nostalgia inútil dos cristãos de décadas passadas, muitos de nossos pais e a maioria de nossos avós, sempre com aquele velho jargão: "Na minha época..." Os velhos e tradicionais hinos em oposição às nossas músicas, guitarras e palmas. Sem contar quando fazem referência à tempos ainda mais remotos como na reforma protestante caracterizada pelas liturgias cheias de cerimônias e simbolismos, valorizando muitas vezes mais esse período do que o próprio Novo Testamento.
Já odiei hinos, mas hoje aprendi a gostar deles. Talvez não tanto como gosto da música gospel, mas consigo compreender e admirar os seus valores e sua profundidade. Mas definitivamente eles não devem ser usados como armas nessa "guerra". Também não quero comparar e analisar o que é melhor: hinos x música gospel. O que eu venho pedir, ou melhor exigir é que vocês de gerações anteriores nos ofereçam algo mais do que um hinário e uma reclamação sobre a altura da bateria. A vida na minha igreja e em tantas outras comunidades passou a acontecer ao redor de discussões como essa, deixando de lado aquilo que realmente importa a todos.
Minha geração tem se perdido. Creio que nunca os jovens cristãos foram tão ignorantes quanto à política, tão despreocupados com o meio-ambiente, ou esquecidos da responsabilidade de fazer a diferença de segunda a sexta fora do "ambiente religioso". Aprendemos sobre esses assuntos apenas na faculdade e algumas vezes nos livros e na internet, pois não se fala mais sobre nada disso na escola dominical. E vocês pais e avós vem até nós contando que quando eram jovens o culto na igreja era tão bonito, silencioso e calmo, lamentam a saudade do órgão. Cansei dessa superficialidade! Eu queria mesmo era ouvir histórias daquilo que faziam fora das quatro paredes de um templo, de como agiam frente as injustiças do governo durante a ditadura, ou então como pregavam o evangelho enquanto trabalhavam ou conversavam com os vizinhos. Mais do que isso eu queria ver exemplos vivos, agindo na minha frente em favor do reino de Deus, me ensinando aquilo que realmente me importa fazer como servo de Deus, ao invés de quererem escolher as músicas que eu devo cantar, tocar ou escutar.
Exemplo exagerado mas que cabe no assunto, foi o de Jesus. Muito mais do que a preocupação com um culto dominical, ou um sábado guardado à Deus, ele queria ensinar aos discípulos como agir durante o resto da semana. Paulo então, me mostra um caso ainda mais próximo da minha realidade quando escreve a Timóteo: "... torna-te padrão dos fiéis, na palavra, no procedimento, no amor, na fé e na pureza." (I Tm. 4:12) Não diz nada sobre música sem falar que ele, Paulo, tinha moral pra dizer essas palavras e Timotéo sabia disso, pois havia acompanhado um pouco da vida desse missionário extraordinário.
Uma dúvida me assombra então, ou realmente vocês não são exemplos para minha geração ou realmente adoração é aquilo que cantamos durante alguns minutos em um domingo a noite.
Aviso: não será com hinários velhos e lembranças saudosas de tempos não vividos que vocês nos mostrarão a face de Cristo.

19/01/2008

Identidade Dis(e)creta

Não botei foto, nem nome, nem e-mail, nem nada aqui. Sei que não é difícil descobrir quem sou eu, já que vou divulgar esse blog no meu orkut e em outros lugares onde você saberá quem sou antes de entrar aqui, mas vamos fingir que ninguém me conhece =D.
Não que eu tenha medo de dar a cara pra bater com as coisas estranhas que eu possa escrever aqui (só um pouco), mas tudo faz parte da idéia bobinha que eu tive quando pensei em fazer esse blog.
Mas vou aos poucos tentando me descrever, não fisicamente, porque isso realmente não importa, para você tentar entender um pouco daquilo que eu tenho pra dizer, e porque decidi criar esse blog. E quem sabe eu também ao me apresentar não consiga aos poucos me descobrir, e entender porque eu sou assim. Tudo parece que se resolve escrevendo, vamos ver se é verdade.
Breve prefácio de minha existência: jovem quase adulto, engenheiro em formação, solteiro desde sempre (leia: nunca namorei), frequentador de uma igreja protestante (em breve mais detalhes sobre a mesma), cristão, feliz, "mané", sonhador, apaixonado por livros e música, e quem sabe um pouco mentiroso.
Aos poucos conto minha história e encontro devagar as razões de ser assim.

11/01/2008

Hora de dar nome aos bois (... orntorrincos, zebras e araras)

Só pra avisar, eu queria dar uma prévia daquilo que pretendo colocar no blog. Se me sobrar tempo, criatividade e vontade, vou postar textos que eu mesmo escrevi, ou vou escrever, mas como isso não vai ser algo freqüente, e pra não deixar isso aqui sem movimento, vão rolar letras de música, vídeos, notícias, artigos de gente esperta (e que saiba escrever melhor que eu, o que não é muito difícil) e coisas desse tipo, como acontece em todo blog.
Tá certo esse tópico tá sendo inútil por enquanto, concordo, mas é só pra dar o tom de como as coisas vão acontecer, um negócio bem mal escrito, mas com a melhor das intenções e que eu espero que seja de alguma serventia pra quem ler. Mas tudo na maior simplicidade possível, sem frescura, pra que eu possa fazer alguém entender o que eu tenho pra dizer.
Não pretendo fazer desse blog algo essencialmente cristão, como talvez possa estar parecendo. Isso porque eu quero que qualquer um que leia o que eu colocar aqui se sinta a vontade. O que se vê hoje na maioria dos blog´s cristãos são postagens que afastam as pessoas não-cristãs, e essa com certeza não é minha intenção. Tá difícil me expressar, mas espero poder explicar melhor isso em outra oportunidade.
Às vezes as pessoas não compreendem quem Deus é, e que existem muitas coisas que ele criou que não se encontram dentro das 4 paredes de uma igreja, ou nas doutrinas de uma religião. Aí é que está o meu dilema maior, eu preciso encontrar esse ponto de equilíbrio, e é escrevendo aqui que eu pretendo encontrá-lo.
Afinal, sinta-se a vontade quando passar por aqui e desculpe a falta de talento para escrever, mais uma vez.

06/01/2008

O mundo atrás do meu guarda-roupa (??)


Antes, do antes, do começo e do início, nada melhor que uma explicadinha básica pra o nome tosco desse blog que por enquanto não passa de um endereço virtual, onde só eu mesmo é quem entra. E digo por enquanto porque eu sei que "very fast" isso aqui vai estar cheio de coisas, não sei exatamente que tipo de coisas, mas serão coisas, e muitas coisas. E se haverão visitantes ainda é uma dúvida, a intenção, a princípio é que sim, mas só de ter um lugarzinho pra eu botar minhas (de novo) coisas já tá ótimo, como eu já falei, mesmo que só eu leia.
Voltando ao nada, ou melhor à explicação ainda não iniciada do título. Pra quem não percebeu ainda o nome do blog faz referência à mais famosa obra de um escritor bem famoso hoje em dia. Nem sei o porque dessa última frase aí, que graça tem eu explicar tudo? Se você ainda não sabe de que obra eu tô falando (tá lerdinho hein...) vai ser fácil descobrir. Vamos então falar sobre o autor. Quando eu disse famoso hoje em dia foi pra lembrar que nem sempre ele foi tão conhecido assim, na verdade até era conhecido, mas não foi dado muito valor ao que escreveu, até que, como sempre acontece, Holywood faça alguma coisa pra botar alguém na mídia. Infelizmente Clives Staples Lewis, já não pode mais se explicar, faleceu a mais de 40 anos e não viu, digamos, o climax do sucesso de seu trabalho. Quando lamento sua morte é principalmente pelo fato de que a moral de sua obra estar sendo distorcida e ninguém com tanto poder como o próprio autor pra poder mostrar afinal o que ele realmente queria dizer. Mas não é minha intenção discutir isso aqui, pelo menos não agora. O meu propósito com o nome do blog não era mostrar que ele irá abordar assuntos referentes a Lewis, vai até passar bem longe disso, mas diria que tem um pouco a ver com a sua obra de nome parecido. Primeiro Crônicas de Várzea, irá realmente conter crônicas, não muitas, algumas, mas com certeza retratos da minha realidade, que comparado a Nárnia é uma várzea. Não várzea no "sentido geográfico", aquela região próxima às margens do rio, da lagoa, do brejo, mas no seu significado mais utilizado, no "sentido futebolístico", o famoso futebol de várzea aquele bem pobrezinho, do qual a maioria dos garotos já fez parte um dia, que nem sempre precisa de uma bola, ou até mesmo algo redondo para ser jogado, o futebol que todo mundo na verdade joga, às vezes feio, sujo, mas fazer o que, pra quem não tem campo, chuteira e bola de capotão. Mas além de minha realidade ser bem diferente de Nárnia, a minha habilidade com as palavras é ainda mais distante da capacidade de Lewis, afinal eu, calouro de engenharia, que nem um e-mail sabe escrever direito, não poderia nem sonhar em redigir algo que preste. Mas existe a velha teimosia, insistir no que a gente sabe que não vai dar certo, e principalmente a vontade de me expressar, de encontrar a verdade e mostrá-la aos outros. Razões não me faltam pra querer escrever, e quem sabe em breve eu conte (pra mim mesmo) algumas delas.
Espero que escrevendo afinal eu aprenda a escrever, me torne agradável de se ler, e quem sabe encontre respostas para as perguntas que eu tenho pra fazer (rima não-intencional, sorry!).